The New York Times comprara medidas do governo português para COVID com a vizinha Espanha e diz que Portugal é um exemplo a ser seguido.

New York Times




O ano de 2020 chegou com um inimigo invisível que atingiu cada canto do mundo. Uma verdadeira guerra que quase todos os países enfrentam com as armas que tem. Mas, quatro meses depois das primeiras notícias que davam conta de um novo coronavírus, e ainda sem a guerra ganha, já se falam em exemplos, bons e maus.

O bem conhecido diário norte-americano The New York Times dedicou terça-feira uma reportagem onde analisa ao detalhe os exemplos de Portugal e Espanha, vizinhos e eternas nações ‘irmãs’.

Porque se espalhou o vírus tão rapidamente em Espanha e em Portugal, ainda que já com mais de 13 mil casos, a situação parece estar a estabilizar? Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, admitiu esta quarta-feira que a evolução da pandemia em Portugal tinha atingido a “estabilidade” e que a curva parece estar a tranformar-se num planalto. Segundo a conclusão do The New York Times, quando se compara o caso português com Espanha, os resultados animadores se devem à atuação dos governos.

O governo de Pedro Sánchez, segundo a conclusão do diário norte-americano, não atuou rapidamente e isso fez com que os números se descontrolassem. O caso espanhol converteu-se “num exemplo doloroso da tendência de um governo após o outro a ignorar as experiências de outro países onde o vírus já atacou”.

A publicação explica que embora exista uma longa fronteira terrestre que separa os dois “vizinhos”, Portugal tem-se saído “muito melhor” que Espanha. A chave para este sucesso está no executivo português que até em Espanha tem sido elogiado. Ambos os países possuem um governo socialista, porém, a oposição em Portugal mostrou-se ao lado do primeiro-ministro, António Costa, contra o inimigo comum de todos: o coronavírus.

Já em Espanha, como diz o The New York Times e corrobora a publicação digital espanhola Público, Pedro Sánchez não conseguiu a mesma solidariedade por parte da oposição, nem sequer entre regiões. Salvador Illa, ministro da saúde espanhol, chegou mesmo a pedir essa solidariedade em Madrid, mas com pouco impacto.

Os dois jornais falam em particular do presidente do PSD, Rui Rio, que se manifestou ao lado do primeiro-ministro, no dia 18 de março, na luta contra o vírus. “Conte com a colaboração do PSD, porque a sua sorte é a nossa sorte”, dizia na altura Rui Rio sublinhando a união necessária deste momento. Foi de seguida aplaudido pelo plenário.

O artigo sublinha ainda “sem dúvida” de que a resposta do governo ao vírus se complicou devido à “natureza confusa” do sistema político espanhol.

O espanhol Público faz ainda notícia afirmando que o “discurso do líder da oposição em Portugal faz inveja em Espanha“. Um “patriotismo real”, caracteriza o jornal.

No Twitter multiplicam-se os elogios espanhóis mencionando a oposição de Rio e as duras críticas ao governo de Sánchez.

“Tanto temos de aprender com os nossos vizinhos” ou “Viva Portugal” são algumas das publicações feitas na rede social Twitter. Também António Costa conquistou o povo espanhol após defender Espanha contra as declarações polémicas do ministro das Finanças holandês. “Bravo señor Costa”, podia ler-se nas redes sociais, onde surgiram vários elogios ao primeiro-ministro português.

Resumo




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